Talvez escolhi a profissão errada?



Há muitos anos, tive a "sorte" de trabalhar numa empresa onde tive de tomar uma decisão difícil, mas ao mesmo tempo fácil, que em muito me moldou até aos dias de hoje: não mentir a um cliente.

Na altura, para salvaguardar a imagem da empresa, a minha chefe disse-me para "inventar uma desculpa" para um cliente. Perante esse cenário, eu disse que não o iria fazer, porque não ficaria de bem com a minha consciência. Nesse momento, recebi uma resposta de que não estava à espera, mas que me fez pensar e me moldou como pessoa e profissional: "se não és capaz de mentir a um cliente, é porque escolheste a profissão errada". 

Recordo, hoje, a resposta que então dei à minha chefe: "talvez tenha é escolhido a empresa errada". Resposta ousada e, no mínimo, arriscada, mas ao mesmo tempo firme e com propósito, que até hoje tem salvaguardado as minhas relações profissionais, com clientes e colegas. 

Não te esqueças que trabalhas para uma empresa, sim, mas também que tens uma marca pessoal no mercado, com um ADN muito próprio. Se o mundo é pequeno, Portugal é uma ervilha e as decisões que tu tomares hoje, terão reflexos na tua reputação e, por consequência, na reputação da empresa que representas. 

Se demoras anos a construir uma marca pessoal forte e credível, podes levar minutos a provocar o desmoronamento dessa mesma marca! Se fores fiel aos teus princípios e valores de vida, a tua marca pessoal beneficiará com isso. Ao mesmo tempo, a tua empresa beneficia também ela com o facto de contar com um colaborador como tu, com ética profissional, que não é capaz de mentir a um cliente, mesmo que esse seja o caminho (aparentemente) mais fácil. 


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